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O “dilema Tostines” das mulheres na Matemática


A diversidade de gênero em uma comunidade científica é um fator fundamental para estimular a criatividade, elemento que aprimora resultados e contribui para avanços na área. No entanto a comunidade matemática tem baixa participação feminina, que diminui ainda mais à medida que se ascende na hierarquia na carreira.

Mais difícil do que constatar a existência da disparidade de gênero é entender suas causas para propor ações que tornem a comunidade mais inclusiva para as mulheres. Em agosto de 2016, um grupo de matemáticas e matemáticos de países latino-americanos, apoiado pelo CWM-IMU (Committee for Women in Mathematics-International Mathematical Union – Comitê para Mulheres na Matemática-União Matemática Internacional) reuniu-se por uma semana na Casa Matemática Oaxaca (CMO-BIRS), no México, para a oficina “Women in Mathematics in Latin America: Barriers, Advancements and New Perspectives” (Mulheres na Matemática na América Latina: Barreiras, Avanços e Novas Perspectivas).

Uma das temáticas abordadas foi a de que a inclusão das mulheres deve também ser pensada em seus aspectos qualitativos, e não apenas quantitativos. O cotidiano numa comunidade predominantemente masculina transmite de forma subliminar, tanto a homens quanto a mulheres, a ideia de que aquele espaço pertence aos homens, e os comportamentos “masculinos” tendem a ser naturalizados. Isso torna nossas salas de aula, eventos científicos ou reuniões departamentais ambientes por vezes hostis para muitas mulheres, levando-nos ao que chamamos “dilema Tostines” das mulheres na Matemática: O ambiente é masculino porque somos poucas ou somos poucas porque o ambiente é masculino?

A desproporção de gênero reforça o estereótipo do matemático homem e faz com que os problemas que mulheres enfrentam sejam vistos como exceções ou resultados de “escolhas pessoais”, além de serem frequentemente relativizados e negligenciados.

A exemplo do que existe na Europa e na África, decidiu-se no evento formar uma rede de mulheres matemáticas da América Latina e do Caribe, ainda embrionária.

O artigo completo inclui informações sobre a comunidade matemática brasileira e está disponível em http://www.ime.usp.br/~brech/gender/BrechTostines.pdf.


Links desta matéria

Committee for Women in Mathematics (IMU) - http://www.mathunion.org/cwm
Workshop “Women in Mathematics in Latin America: Barriers, Advancements and New Perspectives” – http://www.birs.ca/events/2016/5-day-workshops/16w5003
European Women in Mathematics – http://www.europeanwomeninmaths.org/
African Women in Mathematics Association - http://africanwomeninmath.org/


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